Do
lado de fora, o rosto da lua em pleno plenilúnio faz o seu cortejo pomposo. E no
âmago deste quarto quente cujas paredes são rústicas sem nenhum toque de dedo arquitectónico
penso, repenso e mergulho na Alma do Mundo nesta velocidade
fantasmagórica do meu pestanejar.
Deleitar-me-ei
sobre os lençóis perfumados que o amor traz sob os traços do esboço que os
deuses magnos pintam em mim.
Poetisa!
Mesmo
sem saber se me queres namorar sobre os rascunhos rabiscados pela minha
imaginação, deixo-me a mercê do teu sim.
Fale
comigo na linguagem dos anjos, deixa-me desmistificar as tuas profecias desconexas
que apenas eu desejo neste século que transborda sociedades totalmente
consumistas. Vamos à Lua, ao Sol, enfim…vamos ao Cosmo e amemo-nos sobre os
lençóis existentes nos buracos negros do universo.
Lambuza
o teu suor na epiderme da minha alma. Faça-me humano, não um humano sem
sensibilidade como muitos entes superiores existentes neste Manicómio Global,
onde todos vivem sob a face do disfarce.
Juro!
Serei teu fiel amante. Não te quero minha, antes te quero livre, autónoma e
voluptuosa.
Rogo-te
minha Safo, sob o olhar beato da lua cheia! Aceita o meu convite e
criemos um soneto que expressa o desejo libidinoso pintado nas paredes do céu
taciturno de Luanda.
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